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Fabricantes de PCs preparam nova geração de `netbooks´

13/01/2009 - 00:01
Quando um netbook não é um netbook? Com algumas versões do laptop ultraportátil cujo precursor foi a Asustek se mostrando uma decepção, apesar de seu sucesso no geral, os fabricantes de PCs se preparam para lançar modelos híbridos que combinam o preço das máquinas de baixos custos com o desempenho de um notebook. Na Feira de Produtos Eletrônicos de Consumo de Las Vegas, esta semana, o Asus Eee PC e o mais caro Macbook Air, o notebook da Apple, estão mostrando ser as influências que vão moldar os planos dos fabricantes para este ano.

A Associação dos Fabricantes de Produtos Eletrônicos de Consumo dos Estados Unidos (CEA, na sigla em inglês) estima que, enquanto porcentagem da receita total com as vendas de produtos eletrônicos de consumo em 2008, os notebooks - incluindo os netbooks - responderam pelo dobro da fatia dos computadores de mesa, com 10,9% e 5,5% respectivamente.

A CEA também prevê que a diferença vai aumentar consideravelmente nos próximos quatro anos. As vendas de netbooks cresceram de cerca de 350 mil unidades em 2007, quando a Asus de Taiwan lançou os primeiros modelos, para 10 milhões em 2008. A CEA prevê que as vendas físicas vão crescer 80% em 2009, para 18 milhões de unidades, apesar da desaceleração da economia mundial.

No entanto, alguns compradores de netbooks, apesar de estarem sendo atraídos pelos modelos leves e de preços acessíveis, têm ficado desapontados com as telas pequenas, os teclados apertados demais e o fraco desempenho de processamento e gráfico. "Quando os netbooks surgiram, houve um grande número de devoluções nas lojas porque as pessoas esperavam uma experiência parecida com a que tinham em seus notebooks ou computadores de mesa. Mas elas não tiveram isso", diz Bahr Mahoney, diretor de marketing móvel da AMD, a fabricante de chips para PCs. Então, com os netbooks se mostrando pouco populares entre os consumidores e o Macbook Air sendo caro demais para a maioria - com modelos com preços a partir de US$ 1.800 -, os concorrentes sentiram que podem melhorar os originais, barateando os preços e criando novas categorias que combinam elementos dos dois modelos.

A AMD se juntou à Hewlett-Packard (HP), maior fabricante de laptops do mundo, para anunciar um produto voltado para os compradores insatisfeitos. O DV2 é um laptop completo, "fino e leve", que vai custar US$ 700 quando as vendas começarem, em março. Executivos da HP afirmam que o DV2 poderá ser comparado ao Macbook Air, mas eles não quiseram se voltar para um nicho de mercado colocando um preço alto no produto. "Esta é uma grande oportunidade para entrarmos num segmento de mercado novo", diz Mahoney.

No entanto, essa brecha no mercado não vai existir por muito tempo, segundo a CEA. "Há um segmento que está sendo criado entre os netbooks e os notebooks tradicionais, que agora é um terreno aberto. Mas certamente veremos os fabricantes brigando por esse espaço", disse Shawn DuBravac, economista da CEA. O X-Slim Series X320, que será lançado pela MSI de Taiwan em abril, vai custar entre US$ 700 e US$ 900. Ele se parece muito em o Macbook Air com seu design suave e polido. Também em exibição na Feira de Las Vegas está o Dr Mobile FreeStyle 1300n, um notebook fino com uma tela grande que custa cerca de US$ 500 e é movido por um processador da Via de Taiwan. "Nós realmente não o descrevemos como um netbook, ele é um notebook fino e leve", diz Richard Brown, vice-presidente de marketing corporativo da Via. "Quando um netbook não é um netbook? Esta categoria vai ficar mais interessante e confusa", acrescenta ele. Mahoney diz que "fino e leve" é algo projetado para atrair os consumidores que compraram um notebook pesado e de tela grande e agora querem um segundo ou terceiro laptop mais barato e que seja mais portátil. No entanto, o conceito do netbook ainda tem um grande apelo e potencial de vendas, ao ponto em que as companhias estão entrando na briga para reduzir custos e aumentar o tempo de vida das baterias.

A fabricante de chips Freescale anunciou um processador mais eficiente do ponto de vista energético, com um núcleo projetado pela ARM do Reino Unido, que segundo ela vai suprir netbooks com custo inferior a US$ 200 - cerca de metade dos níveis de preço atuais -, com baterias com duração de oito horas. "Eu o vejo como o elo perdido entre o telefone celular e o notebook de uma pessoa que viaja muito a trabalho", afirma Henri Richard, diretor de vendas e marketing da Freescale. Richard diz que tem conhecimento de fabricantes que estão trabalhando em versões híbridas que contêm tanto os processadores da ARM como os da Intel. (Fonte: Valor Econômico)

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